13/11/2011

Uma história de nomes abstractos

A Ilusão e o Amor sempre foram melhores amigos, apesar da diferença de feitios, sempre se conseguiram dar bem, A Realidade era agora o novo elemento do grupo, já eram três, apesar de por vezes ser um bocado posta de parte... Acabaram, no entanto, por tornar-se grandos amigos e estavam sempre juntos. Com o tempo, a confiança e a cumplicidade entre os três cresceu muito e os segredos eram partilhados a qualquer altura. Um dia, o Amor chegou com a notícia de que se havia apaixonado. A menina era a Rejeição. Era a primeira vez que isto lhe acontecia. Contou-lhes mil maravilhas sobre ela, "é linda, não tem nem um defeito", estava completamente vidrado e não via mais nada à volta. Falou à parte com cada uma das amigas. Tanto a Ilusão como a Realidade sabiam bem como era a Rejeição. A Realidade disse-lhe tudo o que achava, a Rejeição não era mesmo boa peça, "não te enroles nessas fitas, pois vais acabar por te emaranhar, ouve o que te digo, sabes como sou, sou muito directa e vejo sempre o lado realista!", A Ilusão, que falou com ele depois, tirou o efeito todo que a Realidade lhe poderia ter posto. Iludiu-a, basicamente. "Se estás mesmo apaixonado por ela, vai em frente, faz o que puderes, luta por ela, vais acabar por conseguir.". E assim ele fez, fez tudo o que pôde e o que não pôde para fazer com que a Rejeição sentisse o mesmo, sonhou durante muito tempo, e enquanto o fez, sim, esteve feliz. Até que um dia a Rejeição disse que não ao Amor, deu-lhe para trás, disse que não dava mais continuar a alimentar uma relação que só ele via, "eu não sinto nem nunca senti ou sentiria alguma coisa por ti, não, não!".
Então, assim se percebe que o amor e a ilusão aparecem sempre juntos. A realidade é um aparte, ninguém se lembra dela até ser rejeitado.

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